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RELACIONAMENTO AFETIVO - É BOM NAMORAR

  • Nícia tavares
  • 10 de abr. de 2015
  • 3 min de leitura

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Vamos aproveitar o dia dos namorados para refletir sobre a dificuldade dos casais em permanecer "enamorados", após longos anos de convivência. Segundo o escritor Luís Carlos Osório, "a condição neotênica da espécie humana, ou seja, a impossibilidade de sua descendência sobreviver sem cuidados por vários anos da vida, foi a responsável pelo surgimento do núcleo familiar". Enfim, nos casamos para podermos criar os filhos que virão a seguir. E a finalidade de proteger a linhagem com o casamento, por conta unicamente da sucessão dos bens , mudou com a visão do cristianismo, porque acrescentou a espiritualidade e o romantismo para o contexto. Atualmente, "sobreviver juntos" seria um termo adequado, porque os casais compartilham tarefas para preencher as necessidades, depositam toda sua expectativa de realizações, tornando-a assim, uma das relações humanas mais "idealizadas", visto que conviver implica estar junto nas boas e prósperas situações de vida, e nas dificuldades e reveses que também se fazem bem presentes. Faz-se necessário desenvolver a cooperação, o coleguismo, a complementaridade entre eles, certo? Mas infelizmente é isso o mais difícil de acontecer. Opiniões diferentes, expectativas de atitudes que o outro deva tomar, deveriam ser resolvidas com diálogo, mas acabam gerando discussões acaloradas, com resquícios de mágoas e incompreensões, levando 42% dos casais à separação. Por que tantos casais não conseguem entrar em acordo? E por que é tão difícil a convivência para a maioria deles? Poderíamos falar em forças ocultas, e "muita calma nessa hora", pois os casamentos acabam sendo invadidos por mais um casal! Uma dupla que persegue os desavisados e faz completa bagunça na intimidade dos casais — além do homem e da mulher conhecidos - , a idealização de homem que a mulher trás na sua psique, e a idealização de mulher que o homem igualmente trás. Essa idealização que cada um faz do outro é a que quer ditar normas de comportamento para o(a) coitado (a) do(a) companheiro(a), que não entende porque nunca agrada, e o consideram "todo errado", o tempo inteiro. Exemplo, ela pensa: "um homem tem de ser mais forte" e lhe diz: "Você é um bobão, por que não brigou com ele?." Ele pensa: "uma mulher precisa ser mais submissa" e lhe diz: "Calma aí, não decida, quem veste calças aqui sou eu." Como o outro não se comporta de acordo com o idealizado, isto é, não pode ser o que a cabeça de alguém gostaria que fosse, ambos ficarão profundamente decepcionados. Aqui começa a bagunça feita pela dupla intrusa, com aquelas brigas e discussões Agora você, querido leitor, se pudesse, me perguntaria: "Mas, o que há de errado num homem querer que sua esposa seja mesmo mais submissa, ou no fato da esposa querer um homem mais forte. Acaso não é o papel esperado para eles por toda sociedade?" Pois é, aqui não estamos como julgadores do que é certo ou errado, mas só queremos mostrar um fato. No exemplo escolhido, essa mulher não é submissa e esse homem não é forte. Isto é o que importa, e deve ser aceito. Tem que ser entendido, respeitado e conversado para que entrem numa harmonização. Mas a base é a aceitação do outro como é. Pode apostar que é gente boa, foi você que escolheu. Vivemos projetando no outro atitudes que são nossas. O outro se sente mal, roubado na sua identidade, invadido, e reage. Então reveja a relação. Quanta atitude que você gostaria de mudar, não? Mas, são eles, os intrusos desejando essas mudanças que não deixam você em paz, nem seu cônjuge, exigindo comportamentos que nada tem a ver com o outro. Reconhecer os intrusos é o primeiro passo, mas para o "enamoramento" tornar-se realidade é necessário mais. O casamento deve ser encarado como um laboratório de relações humanas, onde todos, pais , filhos, parentes, estão num constante aprendizado, em cada nova situação, através do ensaio e erro. Também é necessário perceber que nem todos acabam dando o melhor de si mesmo para essa situação, pois preferem os elogios externos que as outras atividades proporcionam, mas é fundamental dar o melhor do próprio potencial principalmente para a única situação verdadeira em sua vida - sua família - pois tudo passará: corpo perfeito, amigos, baladas, futebol, carreira profissional, entre tantas coisas. Mas a família é aquela que traz laços genéticos, afetivos e eternos. Agora, se você, além de identificar os intrusos, retirá-los do seu contexto e der o melhor de si na relação, poderá certamente dizer todos os dias, olhando nos olhos, "eu te amo muito, e que este seja um bom dia para você"! Se cada um der na medida das suas possibilidades, receberá de acordo com as suas necessidades. Você certamente terá um belo dia dos namorados, com muitos beijos, e em todos os dias do seu casamento. Só para reforçar, lembra quem introduziu essa espiritualidade e esse romantismo no casamento?

Matéria publicada no jornal dia 10 de junho de 2004

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