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CAÇANDO PALAVRAS PARA QUE?

  • Nícia tavares
  • 11 de mai. de 2015
  • 3 min de leitura

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Recentemente fui convidada por um grupo do jornal da Faculdade Livre da Terceira idade da PUC, para juntos fazermos uma reflexão: Porque os médicos recomendam o caça palavras para as pessoas na terceira idade? Quais os reais benefícios? Será só mais uma forma de passar o tempo? Acredito ser um tema muito interessante e quero compartilhar com a turma deste nosso jornal minhas conclusões parciais sobre. Bem se sabe que no caça palavras, existe um texto que é parte de um assunto normalmente conhecimentos gerais, onde algumas palavras são grifadas, e se inicia a busca das mesmas a partir da leitura. Enquanto a tarefa é feita, percebe-se uma estimulação do funcionamento do córtex que é a maior parte do cérebro, com ênfase nas áreas de Broca e Wernicke, responsáveis pelas palavras e compreensão das frases; e no Hipocampo, a área responsável pela memória. A pessoa se utiliza ainda de outras áreas do cérebro para se apropriar de conhecimento que pode ser novo, ou relembrar um já conhecido; tem sua curiosidade despertada, põe atenção no texto, concentra-se e desenvolve o pensamento estratégico, que é diferente em cada um, para encontrar as palavras. No caso daquele citado jornal, esconder muito bem as palavras é um ponto de honra para sua criativa inventora, uma senhora da terceira idade também. A pessoa precisa também utilizar sua orientação temporal e espacial para a execução da tarefa. Além do mais exige uma operacionalidade, ela circula o texto com o lápis, gesticula, ri, mexe o rosto,e outros. Veja só quanto exercício cerebral! Se os médicos sabem que a maioria das doenças neurodegenerativas são associadas à perda de memória, e sabe que ativadas as funções cerebrais, pode diminuir o risco das doenças, ou lentificar o processo das já existentes, começa a ficar claro que caçar palavras não é só uma forma de passar o tempo, ao contrário, serve para qualquer idade e deveria chamar-se ativar memória, ou algo similar. Ainda sabemos que tem mais, as aquisições psicológicas desse tipo de exercício. Para superar os diversos graus de dificuldade, a pessoa desenvolve maior paciência, e quando não encontra a palavra caçada, aumenta o grau da sua perseverança a fim de acha-la, e se fracassa na empreitada, se frustra, aumentando a tolerância às frustrações. Como decorrência disso ela melhora o grau da raiva e da irritação. Sabemos que controlando melhor a raiva podemos melhorar o quadro depressivo, que aparece na maioria dos idosos. Aumentou seu conteúdo cultural, ele tem mais assuntos para tratar com os amigos, está mais versátil, menos depressivo, mais bem humorado,e melhora as relações com as pessoas em geral. Outra aquisição fantástica refere-se ao momento de solitude, onde a pessoa fica no mais puro contato consigo mesmo, não para sentir-se solitária e triste, mas simplesmente para sentir-se, descobrir-se, perceber que é uma pessoa ativa, inteligente, produtiva nas idéias, com desejo de aprender e repassar. Auto estima boa, acalma o estresse provocado pela força que o idoso faz para adaptar-se às mudanças tão rápidas dos novos tempos; seja vivendo com a família ou na instituição. Auto estima boa, boa resistência imunológica, mais saúde. É aqui que ele terá o momento para refletir sobre as aquisições trazidas pelos anos idos,sentir altivez, e gostar de ser idoso. Comentário de Inês - E dará esperança ao jovem, dirá ao jovem com seu exemplo de vida, que o futuro do jovem é o envelhecimento, e que isso é possível sim. Com dignidade e sabedoria. Com saúde e alegria. E que o jovem pode viver sem medo de envelhecer. Sabemos que tudo o que diz respeito à viver e se mexer é muito importante, não só o caça palavras, inclusive os idosos que navegam na internet usam mais o cérebro que os que não navegam, segundo pesquisas recentes. A mensagem é: Viva, esteja de verdade sempre no presente, participe, aumente todas as suas possibilidades. Lembre que o mundo é aquilo como o vemos e o vivenciamos! Matéria publicada no jornal dia 10 de novembro de 2008

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