A INFLUÊNCIA DAS MÁGOAS DO PASSADO
- Nícia tavares
- 19 de mai. de 2015
- 3 min de leitura

A influência das mágoas do passado.
É interessante notar que certas pessoas não querem relembrar situações passadas que deixaram marcas profundas, ou até mesmo traumas. Dizem simplesmente, “mas eu já resolvi”, já está tudo certo”, isso não me incomoda mais”... Só que às vezes há a necessidade de relembrar uma pequena parte, uma faísca da situação ocultada, e então percebemos que os olhos se enchem de lágrimas, e a voz emocionada falha. Não raro isso acontece com crianças, jovens, adultos, ou pessoas na terceira idade. Para muitos adultos, relembrar algo que ocorreu na escola quando era criança, ainda emociona. Eu faço uma pergunta a você leitor: - “Será que essa recordação não trás prejuízos efetivos ao indivíduo ?” Vamos pensar juntos, levando em consideração as palavras de C. Gustav Jung (psiquiatra), que afirma que pensamos que somos conduzidos pelo nosso consciente, mas somos conduzidos pelo nosso inconsciente, uma vez que este é enorme, se comparado com o consciente. E o inconsciente detém registros coletivos, como se fossem heranças das atuações repetitivas milenares da nossa espécie. Jung denomina essa herança de arquétipos. E também temos o inconsciente individual, tudo aquilo que vivemos, ou tivemos medo de viver, onde esta nossa sombra, isto é, conteúdos que não reconhecemos como nossos, bem como lembranças que vão na escala de boas até traumáticas, a que nos referimos o texto. E as memórias nas quais tentamos não pensar, não gostamos, fazem mal, costumam ser aquelas que deixam uma cicatriz dolorosa no cérebro emocional. Atravancam de alguma forma a nossa existência, sem que possamos nos dar conta disso. Como elas aparecem no nosso cotidiano? Nas relações, tornando-as desprovidas de prazer, principalmente com aqueles que são importantes na nossa vida. Não devemos subestimar a importância de mágoas passadas, pois elas reduzem a habilidade de vivenciar o prazer. Quando o assunto é tão arraigado, aconselhamos a pessoa a aventar a hipótese de buscar uma psicoterapia, pois se ela não deu conta de resolver o trauma até então, precisará de ajuda. Procure um psicoterapeuta bem preparado e acolhedor, em quem você possa confiar. Nesse trabalho, será identificado o conflito crônico nas relações mais importantes do presente, nos âmbitos familiar, profissional e social. Não tenha pressa para resolver, pois demorou em se instalar, precisará ser revisto de distintos ângulos; e porque ele se formou a partir de um tema central, e foi-se desenvolvendo uma trama num movimento desse centro para a periferia, na psicoterapia será feito um movimento contrário, da periferia até chegar ao cerne do trauma. Ansiedade para percorrer rápido esse caminho não ajudará no processo de despoluição do fluxo da sua vida emocional, ou no desbloqueio dos mecanismos de adaptação e auto cura. Quando conseguimos a resolução de velhas feridas traumáticas, podemos permitir que nossos relacionamentos encontrem uma nova vida. Livres dos fantasmas do passado é possível achar maneiras mais saudáveis de nos relacionarmos com aqueles que são mais importantes em nossa vida. E para refazer e estreitar as relações devemos lembrar que sempre se faz necessário aprender a comunicação emocional mais eficaz, por meio da comunicação verbal assertiva e não violento o que agregará muito mais equilíbrio aos relacionamentos. Mas essa comunicação precisa ser inserida com luta no nosso dia a dia, até que se consiga meios mais efetivos de expressão. Por comunicação emocional equilibrada, queremos lembrar que quanto mais objetivos somos, não alienamos o ouvinte e despertamos nele o respeito por nós. E para isso devemos concentrar a conversa naquilo que estamos sentindo, pois se falo o que sinto ninguém pode discutir comigo. Comece a frase com eu e não com você. Diga o quanto ficou triste (ou outra emoção) a partir da ação X da pessoa. Para complementar este texto leia em palavra de especialista, escrito por mim, “Do jeito que você me fala I e II”, no Fátima Comunidade em Ação de números 36 e 37, em outubro e novembro de 2005. Matéria publicada no jornal dia 10 de outubro de 2010
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