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A SAÚDE DO CORAÇÃO

  • Nícia tavares
  • 19 de mai. de 2015
  • 4 min de leitura

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Cristina espera ansiosamente. Será que João virá? Afinal, mal se conheceram naquela noite. Rolou um clima!!! (expectativa, ansiedade) João aparece na hora combinada e ao olhar para ele, o coração de Cristina dispara, bate loucamente, ela ruboriza. Está interessada nele e sabe que ele está interessado nela. Respirou profundamente para iniciar a conversa, recuperou o equilíbrio e desacelerou. Porque o coração de Cristina disparou? Porque chamaremos de sistema simpático o que pisou no acelerador pela expectativa gerada pela espera, e depois, para continuar a conversa, ela pisou ligeiramente no breque que chamaremos parassimpático. Segundo David Servan-Schreiber (médico) em seu livro “CURAR”, o coração faz mais do que reagir à influência do sistema nervoso central – ele também envia fibras nervosas de volta à base do crânio, onde elas modulam a atividade cerebral. Além de liberar hormônios, regulando a pressão sanguínea e influenciando o campo magnético do corpo, o “pequeno cérebro” no coração pode, assim, agir sobre o cérebro emocional por meio dessas conexões nervosas diretas. E quando o coração perde seu equilíbrio, o cérebro emocional é imediatamente afetado. Isso foi o que Cristina viveu. Como estão sempre em equilíbrio, os dois ramos do sistema nervoso autônomo continuamente estão no processo de acelerar e reduzir o ritmo cardíaco. É por isso que o intervalo entre duas batidas cardíacas nunca é idêntico,. E tudo isso é sinal de que breque e acelerador estão funcionando bem. Mas Dr. David adverte que não tem nada a ver com “taquicardias”, que duram minutos e são proveniente da ansiedade. (Esses sintomas são indicadores de que o coração não está respondendo mais à moderação do breque parassimpático). Interessante é notar que quando submetido a stress, ansiedade, depressão, temos batimentos cardíacos irregulares considerados caóticos... Mas quando a gente recebe uma ordem para que nos acalmemos, por exemplo se o fazemos através de rememorar episódios agradáveis, o registro do curso da evolução do coração muda radicalmente Em se tratando do nosso exemplo, são registradas uma série de ondinhas suaves, depois ondas mais fortes e regulares, homogêneas e de belo formato. E pode-se afirmar que há uma redução da fisiologia do indivíduo de 100 % de “caos” para 80 % de “coerência”, segundo David. Então vamos pensar em cima desses dados. É claro que Cristina foi submetida a um stress, mas tinha um bom motivo para desacelerar, queria estar, ficar bem, “causar uma boa impressão” no pretendente. Infelizmente não temos o privilégio de viver cenas diárias como a de Cristina, mas devemos lembrar que o coração passa por esse processo constantemente, com as situações diversas que vivenciamos o tempo todo Acontece por que nós nos compartamos no dia a dia produzindo stress e mais stress, para nós e para os outros. “Pé no acelerador a dar-lhe velocidade”! Mas nos esquecemos completamente de desacelerar. Quando em silêncio, continuamos a remorder os acontecidos e dando-lhes configurações sempre atuais e reais. Parece até um consenso popular - guardar todas as más lembranças, as que nos fazem sentir raiva, para sofrermos hoje com um fato que ocorreu há dez anos, e o trazermos a tona na primeira oportunidade das discussões mais banais, sentindo como se este acabara de acontecer. Mas guardamos os fatos de vinte anos atrás também, e os do ano passado, e... nossa!! Quanta quinquilharia. Alguém me perguntará : Se todos fazem, é normal, esse é normal, o que há de mal nisso? É que falta o uso adequado do breque, e quando não desaceleramos deixamos de usar esse músculo e músculo não usado, traz como consequência que esse sistema se atrofie progressivamente com maior rapidez com o passar dos anos. Teremos sim um declínio na variabilidade do ritmo cardíaco naturalmente pelos anos idos, mas pioramos muito o quadro porque juntamos a isso o stress constante, provocando o recebimento até precoce da “companhia daqueles amigos inseparáveis” que são: pressão alta, insuficiência cardíaca, complicações derivadas do diabetes, arritmias, podendo ainda estender para infarto do miocárdio, câncer ou morte súbita. Então leitor, você deve estar me perguntando se vamos falar de relaxamento, mas eu digo que não. A nossa proposta é mais ousada, vem antes do stress e refere-se ao uso menos constante do acelerador, porém, com a mesma intensidade sugiro o uso em igual proporção do breque. Faz-se necessário uma mudança de comportamento. Pense comigo, se você consegue eliminar essas ideias antigas, vai desacelerar seu coração. Como eliminar antigas ideias, é a questão São várias dicas nas quais podemos pensar, por exemplo, Por que você não tenta se colocar no lugar do outro de cada situação antiga, para perceber os motivos que o incentivaram à ação? Por que você não se esforça para perceber que ninguém é santo, e você também não é e teve sua parte de contribuição no fato? Por que você precisa sempre ter razão? Por que você dá tanta importância a fatos que nada vão acrescentar de bom na sua vida? Por que você gosta de lembrar situações de conflito ao invés de lembrar situações de felicidade e alegria? Por que você não falta a um velório, mesmo desconhecendo o falecido, mas falta às festas onde é convidado por amigos? Porque ... Pensar nos outros e seus desmandos, não resolve os problemas, mas cria doenças. Seja inteligente e crie situações de bem estar para você. Então, ao invés de “ruminar”, remoer passado que em nada lhe fará bem, pense em entender e aceitar as situações como grandes lições de vida, onde de tudo se aproveita algo de bom, e cresça com a experiência, porque se assim não for, sabe o que lhe acontecerá precocemente? “Quando a variabilidade cessa, quando o coração não mais responde às nossas emoções e, especialmente, quando ele não pode mais desacelerar adequadamente, a morte está próxima". Matéria publicada no jornal dia 10 de maio de 2011

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