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LIBERDADE

  • Nícia tavares
  • 29 de mai. de 2015
  • 5 min de leitura

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Amigos, é tão fácil a gente se perder quando o assunto é liberdade, porque os relatos se confundem em ser, ou um sentimento ou um estado físico, e como são tão distintos, vale a pena pensar melhor. Todos experimentam um desejo de liberdade, mas depositam a falta dela em situações comuns. Os casados muitas vezes atribuem essa falta, ao fato de se acharem reprimidos por obrigações, pelos parceiros, pelos filhos, que por sua vez, se sentem presos por seus pais. Esse contexto familiar se estende à sociedade em geral, as pessoas sentem-se oprimidas até pelo porteiro do prédio “vigiando "os seus movimentos. As câmeras esparramadas por áreas públicas para coibir atitudes inadequadas encontram seus adeptos e seus oponentes. E uma sucessão de situações nos fazem pensar se somos livres. E o que é ser livre? Quando falamos em liberdade, obrigatoriamente nos vem à cabeça - o limitador, o impedimento por alguma coisa ou situação, que podem ser entre outras coisas, doenças, vícios, distúrbios no comportamento, falta de dinheiro. Ou podemos lembrar dos encarcerados, de alguma forma, fizeram algo para estarem afastados. Mas em todos os casos temos a noção de que há um tempo para reorganizar, ou des - organizar de vez a sua história. Seria um andarilho, ou morador de rua uma pessoa livre então? Quando falamos de relações no trabalho, também parece que os empregados sentem-se oprimidos pelos patrões, porém, ao falar com o patrão, percebemos que tamanha responsabilidade em manter os negócios em alta, até para não despedir esses empregados, os fazem tremendamente oprimidos e prisioneiros dos negócios. Resumindo, parece que num passar de olhos não há nenhum indivíduo aqui que se possa chamar, que se sinta, ou seja livre. Então para ficar mais didático, vamos dividir os entraves à liberdade em obstáculos objetivos e obstáculos subjetivos, como o prováveis fatores que nos impedem de atingir a liberdade. É sabido que liberdade corresponde a um dos anseios fundamentais de todos nós. É o desejo de não ser dominado, para permanecer vivo enquanto Eu, e que se possa ao menos exercer o auto domínio. Todos querem isso, porém, a maioria das pessoas diz que é improvável. A leitura mais fácil de ser feita quanto a restrição à liberdade corresponde as manifestações visíveis, objetivas, aquelas que podemos observar como limitantes externos; o tradicional “não posso porque não me deixam”, e também ao que diz respeito às diferenças, ao preconceito e à repressão, pois são externados também, embora suas raízes profundas sejam de caráter subjetivo, e aqui temos o verdadeiro impeditivo está onde não o vemos mas sentimos nas ações, e, faz tanto parte de nós que não o reconhecemos como tal, e sim como Eu (Ego). O ser humano tem noção daquilo que ele é, não gosta de fazer um mal que não queria , e não consegue fazer um bem que queria, porém, busca o tempo todo não ser esse. Segundo Flávio Gikovate (psiquiatra), os sentimentos de bondade, fraternidade, humildade, na realidade, as pessoas não os possuem. Os sentimentos reais, usuais, infelizmente ainda estão numa esfera pouco apreciada pela sociedade mas estão no comando. São eles, a vaidade, a vontade e o desejo. E criamos uma trilha, um caminho, para desenvolver, ou adquirir os primeiros citados por serem sublimes. Mas por que isso nos tira a liberdade? Libertar-se implicaria em aceitar-se ser humano assim como somos. Gikovate, em seu livro “Ser Livre”, ressalta o fato de ao nos compararmos com a grandiosidade do universo e com todas as demais coisas, percebemos o quanto somos insignificantes, e é claro que não gostamos disso, pois isso iguala todas as coisas, onde tudo é importante: a estrela, o oceano, a árvore, o animal, o ar, o ser humano. Mas faz uma observação bastante pertinente quando fala que ao compararmos os homens entre si, aí aparece a desigualdade individual. Somos muito diferentes, herança genética, aspectos emocionais, maneiras de encarar fatos e adversidades herdadas da família, história social, capacidade inteligente, e outras. Um fato na nossa história recente ilustra essa diferença. Enquanto muitos entraves paralisam as atitudes de alguns, para outros os entraves externos aumenta a sua capacidade de sentir-se ele mesmo, pois Nelson Mandela (ativista político na África), ficou preso por 25 anos numa cela que, dizem, se ele abrisse os dois braços poderia tocar nas paredes; e em seus discursos enquanto “preso” era que se considerava um homem livre, ninguém poderia prender sua alma, pois sentia que seu pensamento era indominável. Essas diferenças existem, dizer isso pode soar como algo segregador, porém, é a realidade; nem todos são inteligentes em igualdade, nem todos são dotados de qualidades iguais, nem todos são bonitos iguais, nem todos são... tantas coisas. E isso faz necessidades diferentes para cada um, O fato complicador é termos que igualar a mesma vida para todos. Mas por que achamos que temos de viver da mesma forma, se somos tão diferentes? Na maioria, corremos atrás de dinheiro, status, fama, na tentativa de sair do anonimato. E acreditamos que viver é isso, escravizados que ficamos por esses pensamentos, que nem nos damos conta. E nos jogos sociais, não nos colocamos no lugar do outro, e sim, na depreciação do outro. Queremos impor, o que são as limitaçõepriorizando a emoção em detrimentos do meio externo no sentido de coibir a liberdade individual. E os meios de divulgação são indutores a acreditarmos em necessidade de fortes ameaças para os que não se enquadrarem. Geramos uma série de conceitos e preconceitos sociais e o diferente não é aceito. Só se não houver preconceito nessa constatação podemos dar ao outro a "liberdade" de viver do seu jeito sem a nossa pressão. Somos pressionados enquanto pressionamos o tempo todo e isso gera o estresse do aprisionamento social geral. O que pode estar acontecendo é que estamos priorizando a emoção em detrimento da razão. A razão está sempre mascarada pela emoção e nos dificulta pensar como humanos na nossa inveja e vaidade de onde parte o desejo de afogar a nossa insignificância perante o universo; da nossa frustração do sentimento do vazio remetendo ao não ser livre, e ao desejo de controlar qualquer liberdade dos outro. O exercício cauteloso da liberdade não está sujeito a nenhuma represália mais grave, podemos exercê-lo, mas as pessoas ficam bastante intimidadas pelos imitadores internos. Porém, esses obstáculos internos uma vez contendo essa força toda, podem ser transportados. Ainda bem que sim. Parece-nos que liberdade é antes de mais nada um estado de espírito e não pode ser confundida com qualquer tipo de comportamento objetivo. Transpor os entraves internos é a base para a liberdade. "A liberdade pressupõe uma sensação subjetiva e alegria derivada do indivíduo se sentir em razoável coerência interior, vivendo de uma forma que ele credita ser a mais razoável para si mesmo. Mas a vaidade estará de lado nessa hora, pois o indivíduo não deve ter vontade de se exibir, se mostrar possuidor de virtudes inexistentes ou privilégios materiais, ou excepcionais dotes intelectuais e de conhecimento". Pois todas essas coisas são produtos da vaidade são as que implicam numa restrição à liberdade individual. Mais do que os fatores externos, são os conflitos internos que nos impedem de sermos livres. Matéria publicada no jornal dia 10 de agosto de 2012

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