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MÃE,PAI, ESTOU FUMANDO MACONHA:TUDO BEM?

  • Nícia tavares
  • 11 de dez. de 2015
  • 5 min de leitura

“Quando você é realmente importante pra alguém,aquela pessoa sempre vai ter um tempo pra você. Sem desculpas, sem mentiras e sem promessas” Renato Russo


Ficamos tão preocupados em saber tudo sobre a vida dos filhos, para proteger e para ter mais controle, que estabelecemos alguns pactos interessantes. Por exemplo:

“- Conte-me sempre toda verdade que não lhe punirei. Sou seu amigo, me conte tudo.”

Num desses pactos, o filho de 14 anos, relata algo inusitado,- “Pai, mãe, estou fumando maconha, um cigarro por dia com o meu amigo Tato. Já avisei, tudo bem? “

Como de costume, a primeira reação dos pais será dizer ao filho:

“ - Que bom que confiou em nós ...”

Mas, e agora? Passado a surpresa, o que fazer e como se comportar mediante tal fato informado?

Segundo Valentim Gentil Filho, (professor titular Faculdade de Medicina da USP), se o pai é desinformado, certamente não se organizará. Dirá que ele pode fumar controladamente em casa, acreditando que eles pais estão no controle. Gentil Filho afirma que isso já acontece com o álcool. Uma vez que deixam o filho beber em festinhas de 15 anos, por que seria tão absurdo um cigarro de maconha por dia?

Sendo ele um pesquisador famoso e portanto muito bem informado sobre assuntos de psicoativos, vamos deixar claro que será excluida dessa nossa conversa a parte referente a uso medicinal da maconha. Muito embora Dr. Gentil afirma que o órgão regulador mundial responsável por farmacos - Found Drogs Substation- alega não ter o menor controle sobre esse canabidiol que é vendido e comercializado como auxiliar em transtornos psiquiátricos.

Bem, voltando ao nosso assunto, faz-se necessário informação aos pais surpreendidos pela confissão em primeiro lugar, para reflexão dos mesmos.

O que se sabe sobre efeitos possíveis da maconha em adolescentes?

Estudos datando de 1969 já mostravam que ela não é mais segura que o álcool (droga n° 1) ou tabaco. E aponta que se o indivíduo antes dos 15 anos utilizar maconha uma vez por semana, terá 310% a mais de chance para desenvolver Esquizofrenia, bem como a deflagração da Bipolaridade. Outra revelção dos estudos é que diminui o Q.I. (Quosciente Intelectual). Estudos feitos na Nova Zelândia em 1987 apontaram que quando o teor do Tetra Hidro Canabiol da planta era de 6% , o rebaixamento intelectual era de 8 pontos percentuais. Só que hoje o teor de THC das plantas está potencializado, é de 25%! Imaginamos então o rebaixamento do percentual no Q. I. nos dias atuaisI.

Maconha queima neurônios antes dos 15 anos e vamos explicar isso didaticamente.

“Quando um neurotransmissor é liberado, ele tem um regulador para liberá-lo na dose certa. Os canabióides intereferem nesse controle. E na puberdade ocorre no cérebro uma poda, uma reprogramação sináptica. Uma poda daquelas sinapses que são irrelevantes, que estão a mais. O objetivo da natureza é “limpar” a área, fazendo assim um cérebro adulto e capaz. Com o uso de maconha há um excesso de poda. Corte maior de um monte de conexões, além do que seria necessário.

Isso causará as psicopatologias a que nos referimos, e também porque maconha tem forte potencial para causar danos à saúde além da saúde mental.

Não podemos deixar passar um dado tão relevante como potencializar o surgimento da esquizofrenia. Sabemos que existe vulnerabilidade e que é sete vezes maior no grupo que tem o gene; Sabe-se que é incurável, pois os medicamentos não revertem o problema, só ajudam nos sintomas. E sabemos que é independente do tempo de uso, inclusive pode aparecer com pouco tempo, ou uso moderado. E o adolescente passa a apresentar um discurso desorganizado, comportamento desorganizado, e alucinações, isto é, percepções auditivas, visuais e táteis não correspondentes à realidade. Se transformará num ser delirante.

Um outro aspecto desencadeado pela maconha é a depressão com pouco tempo de uso, e seus sintomas correspondentes a saber são: aparecimento de tristeza, desânimo, dificuldade no trabalho, nos estudos, alteração no padrão do sono, alteração no comportamento pois quando na abstinência apresentará agressividade e raiva; e alteração no padrão alimentar. Além, enfrentará dificuldade na resolução de problemas comuns do dia a dia, chegando à demissão no trabalho, e até ao rompimento de vínculos familiares.

Um terceiro aspecto a ressaltar é o desenvolvimento da Bipolaridade cujos sintomas oscilam entre os picos de euforia à forte depressão.

Será que esses conhecimentos ajudarão os pais cujos filhos contam-lhes tudo, a decidirem o que falar a esses filhos?

Precisamos pensar no indivíduo independente, o oposto da doença em questão. Você acredita leitor que se houver legalização da maconha, os pais terão o discernimento de orientar os filhos adolescentes adequadamente? Mesmo pertencendo a um grupo onde a compra será proibida, essa lei será cumprida? Ou teremos uma geração prejudicada pela benevolência e desejo dos “pais amigos demais” em agradarem o filho?

Se o indivíduo livre tem o direito de escolher seus caminhos, mesmo com a proposta de maconha recreativa ou de transcendência, como podemos dizer que a substância que tira por completo o controle sobre o seu uso, que outrora foi escolha dele, e que hoje não é mais, deva ser penalizado por suas escolhas? Ou devamos acreditar que agora ele faz porque quer, simplesmente por não estar ainda com o cérebro pronto para tal e além disso, perturbado.

Ao legalizar a maconha, como a sociedade brasileira resolverá esse problema? É a grande luta dos pesquisadores, mostrar o caminho que essa droga percorre no adolescente, porque sabem, assim como a maioria de nós, que a sociedade brasileira é omissa, fecha os olhos aos conceitos, julga e decide em cima de preconceitos, isto é, sem base científica, e nesse caso, é de que a maconha é droga leve. Só que não.

O Dr, Valentim Gentil lembra muito bem numa entrevista dada ao programa Roda Viva, que sabe-se até nos E.U.A. o que a presidente do Brasil fala, e como não se sabe de onde vem tantos caminhões lotados de maconha? Quem são os grande produtores no Brasil? Seríamos ingênuos em acreditar que o Paraguai consegue dar conta de tanta produção de maconha? E o que dizer quando só o motorista do caminhão com toneladas da droga vai preso?

Maconha não é problema de saúde, mas fica sendo na medida em que seus usuários devem ser acolhidos mediante as manifestações das doenças.

Agora voltamos ao ponto inicial, onde os pais legais pensarão melhor sobre o que dizer ao filho. E certamente desta vez, farão uma segunda conversa. Porque por amor aos filhos se instruiram, leram bastante sobre as pesquisas científicas, além deste artigo. E tudo o que estiver ao alcance e que seja de fonte idônea deve estar ao alcance de quem tem a responsabilidade de cuidar e proteger o filho em seu desenvolvimento. Acompanhar sim, mas sempre com sabedoria, prudência, cientificidade e fé.

Matéria publicada no jornal dia 10 de novembro de 2015.

 
 
 

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